Le secret de Barra da Tijuca révélé

João Martins, samedi 31 octobre 1959

Reportage de João Martins

Le cas du "disque volant" de Barra da Tijuca est, aujourd'hui, une histoire du passé. Pour moi, personnellement, elle a eu le mérite d'éveiller mon attention sur une énigme qui continue à défier l'Humanité. De mai 1952 à maintenant, j'ai systématiquement pris l'effet d'une enquête froide, rationnelle et organisée dans la direction de découvrir ce qu'ils sont, d'où ils viennent, comment ils sont propulsés et quelles intentions ont leurs possibles membres d'équipage. De temps en temps, j'ai publié des articles de presse ou des séries de de reportages, dans lesquels je libre au public le résultat de mes efforts. Os que acompanham êstes meus escritos, são testemunhas do critério e do equilíbrio em que tenho me mantido num assunto tão fácil de descambar para o sensacionalismo inconseqüente ou para a fantasia desbragada. Por isso mesmo. tenho hoje o privilégio de ser conhecido e acatado pelos investigadores mais bem informados e mais sérios que, no Brasil e em muitos outros países estão empenhados na pesquisa objetiva e honesta dêste mistério. Parmi ceux-ci, le cas de la Barre de Tijuca est un des signalements de "cas classiques" de la chronique mondiale des "disques volants". Les photos prises en cette occasion par le vétéran Ed Keffel, dont la longue vie professionnelle représente un exemple de honnêteté, d'efficacité et d'amour de son travail, sont, pour les hommes qui se encontram nos bastidores desta imensa investigação internacional, um dos documentos mais preciosos e fidedignos.

Isto tudo não impede, cependant, de que haja quem ainda ponha em dúvida a autenticidade das citadas fotografias, por simples desconhecimento do assunto ou simples desonestidade. De temps en temps, quand un cas de "disque volant" se torna mais sensacional não falta o aparecimento de alguém que, em busca de um cartaz fácil, se atire ao ataque des photos de Ed Keffel, como se essas fotos fôssem as únicas que provassem a existência dos "disques", como se o incidente da Barra da Tijuca não fôsse apenas um, dentre milhares de outros. Ora é um fotógrafo qualquer que, ridiculamente, joga pratos para cima e declara, da forma mais primária, que êle também pode tirar fotos de "disques volants"... Ora é um "cientista", de almanaque que, buscando desesperadamente estabelecer polêmica a fim de arranjar publicidade barata para si próprio, investe da forma mais grosseira e menos "científica" possível contra êste repórter, contra Keffel, contra todos os que testemunharam ou levam a sério os "disques volants", sejam êles civis ou militares, leigos ou técnicos.

Da minha parte, nunca me dei ao trabalho de responder a êsses adversários gratuitos. Tenho seguido, impertubàvelmente, no meu caminho, pois de outra forma ficaria encalhado em discussões inúteis que nem ao menos se poderiam manter em plano elevado. Atenho-me a fatos. Apresento fatos aos meus leitores. Se alguém não crê ou se recusa a crer nestes fatos, o problema não é meu. Mesmo que nunca tive a intenção de "converter" ninguém: os "disques volants" não são, para mim, uma questão de crença, nem uma obsessão. Como repórter, encaro-os como um fascinante assunto jornalístico. Pessoalmente, estou certo da tremenda importância que êles podem ter no decurso da nossa evolução, principalmente nesta época em que damos os primeiros passos rumo ao nosso satélite e aos planêtas mais próximos.

Os documentos e o relato que trago hoje aos leitores não têm, portanto, o sentido de defesa ou justificação. A presente publicação representa apenas uma consideração para com todos aquêles (e são a maioria) que formam ao nosso lado. Conhecendo, desde 1954, o estudo feito pela FAB a respeito do caso da Barra da Tijuca, eu poderia tê-lo publicado muito antes, se quisesse colocar-me voluntàriamente na posição de réu que se defende, ou de acusado que se justifica. Nunca senti a necessidade de me pôr nessa posição. Tinha a consciência tranqüila e a satisfação íntima de contar com a confiança e a amizade dos que acompanham o assunto, procurando antes, informa-se bastante a respeito, e dos investigadores civis e militares que poderiam, em sã consciência, ter uma opinião a respeito. Para mim e para Keffel, a opinião de um homem como o Cel. Adil de Oliveira sempre valeu mais do que a de cem amigos gratuitos ou a de cem "descrentes" sem base.

Fernando Cleto, à TV Continental, révéla les études faites pour la FAB sur le "disque" de B. da Tijuca s1[D. Alexandre]
Fernando Cleto, à TV Continental, révéla les études faites pour la FAB    sur le "disque" de B. da Tijuca s1[D. Alexandre]

Ce que les lecteurs voient dans ces pages et ce qu'ils vont lire par la suite est ce qui a été montré et dit, à TV Continental, Canal 9, de Rio de Janeiro, la nuit du 11 octobre, pour Fernando Cleto, dans la 2nde présentaton de son programme hebdomadaire, déjà victorieux, dénommé "L'Enigma de l'Espace". Fernando Cleto est un haut fonctionnaire de la Banque du Brésil. Cela fait plus de 10 ans qu'il enquête sur les signalements de "disques volants". C'est un des enquêteurs civils les plus crédibles au Brésil. Conta com a colaboração de investigadores civis e militares, altamente informados a respeito. O que êle revelou, no seu programa, em absoluta primeira mão, e que vai aqui reproduzido, ganha ainda maior valor para nós, quando sabemos que nem êle nem a TV Continental fazem parte dos "Diários Associados". O que vão ler, portanto, é o depoimento de um homem cuja única ligação conosco é apenas uma: a honestidade de propósitos, o interêsse de descobrir e revelar a verdade. Aqui está, sem tirar nem pôr, o que Fernando Cleto revelou ao seu grande público:

Les officiers de la FAB furent sur les lieux, immédiatement après le cas, et là firent toutes les recherches. Positop, du Soleil, distances, trajectoire de l'objet, jeux de lumière et d'ombres, altitude, tout fut l'objet d'études qui par la suite, transportados para o papel e comparados com as fotos, determinèrent l'authenticité de celles-ci. Une analyse minutieuse du récit, des diverses possibilités de fraude, de outros testemunhos surgidas e até mesmo da vida profissional e da personalidade dos repórteres, foi realizada. La conclusion fut positive.

NA BARRA DA TIJUCA, os ofíciais da FAB jogaram uma reprodução em madeira do "disque", para o ar, inúmeras vêzes, tentando reproduzir a seqüência de cinco fotografias tais como aparecia no filme de Ed Keffel, cujos negativos não foram cortados. Uma fotografia convincente, por êsse processo, é possível obter-se, dentre muitas que se botam. Entretanto, uma seqüência de cinco, em várias posições, é pràticamente impossível de ser batida em seguida. Além de tudo, foram determinadas tècnicamente as distâncias do objeto.

Le jour du mercredi 7, João Martins et Ed Keffel fire une rencontre à la Barre da Tijuca, avec l'intention de faire un reportage de routine. A quatre heures et demie de l'après-midi, de manière innatendue, João Martins vit un objet venant dans les airs à grande vitesse. A princípio pensou que fôsse um avião visto de frente. No entanto, Martins estranhou porque aquilo, se fôsse avião mesmo, estava voando de lado. Exclamou: "Que diabo é aquilo?" Keffel estava com sua máquina Rolleflex a tiracolo e Martins gritou: "Bata, Keffel!" Ed Keffel, com grande habilidade, disparou a sua máquina cinco vêzes, no espaço de um "disque volant".

Des dizaines de personnes virent un "disque" ce jour-là et commentèrent le fait avant que les photografies soient publiées. En cette même occasion, l'Attaché Militaire à Embassade des Etats-Unis, joint aux officiers brésiliens, examina les négatifs de la séquence et déclara :

- Je n'ai pas le moindre doute sur l'authenticité des photos divulguées par les reporters de O Cruzeiro.

A l'époque, nous suivions avec grand intérêt le déroulement des événements, quand plus tard surgirent des témoins affirmant avoir vu des hommes jouant dans l'air et photographiant un disque, exactement au même endroit que celui des photos de Keffel. Ces déclarations vinrent établir un doute dans notre esprit. Doute qui perdura jusqu'en 1954.

Le colonel João Adil de Oliveira orienta et dirigea les recherches de l'Aéronautique concernant les "disques"
Le colonel João Adil de Oliveira orienta et dirigea les recherches de l'Aéronautique concernant les "disques"

En 1954, le brigadier-général Eduardo Gomes, alors Ministre de l'Aéronáutique, nomma le colonel João Adil de Oliveira pour diriger la 1ʳᵉ ""Commission d'Enquêteurs sur les Disques Volants" créée dans notre pays. Un jour, je reçu un appel téléphonique du colonel Adil, une personne que je ne connaissais pas. Il m'invita à comparaître à l'Etat-Major de l'Aéronautique afin de me donner des éclaircissements concernant un fait relatif aux "disques volants" qui eut lieu en 1948. Arrivant là-bas, je rencontrais d'autres invités : des officiers de l'escadrille d'avions à réaction de la Base Aérienne de Gravataí, qui falavam sôbre 2 "disques" que haviam sobrevoado aquela base durante horas seguidas. Un pilote civil, de son côté, raconta que, alors que son avion fut suivi par un "disque", avait modifié son plan de vol, se posant à São Paulo. A un moment donné, João Martins et Ed Keffel arrivèrent à l'Etat-Major, également invités par le colonel Adil.

Naquele dia, ouvi, vi e aprendi muita coisa... Mas o que realmente interessa é que, a certa hora, o Coronel Adil mandou buscar um "dossier". Ao recebê-lo, declarou que ali estava todo o estudo que a FAB havia feito em tôrno do caso da Barra da Tijuca. Ao abrir o volume, que era enorme, caiu inesperadamente sôbre a mesa um disco de madeira. Houve um súbito silêncio naquela sala... Que seria? A FAB teria apurado alguma fraude? O próprio Coronel Adil rompeu o silêncio dizendo mais ou menos o seguinte:

- Você se lembra, Martins, que algumas pessoas declararam ter visto homens jogando um disco para o ar e fotografando? Realmente êles viram êste disco que aqui está, mas nós sabemos que não foi jogado por vocês, porque êle foi jogado por nós da FAB, que nos dias seguintes ao fato fomos para o local fazer minuciosos estudos em tôrno das suas fotografias. Inclusive andamos jogando êste disco para o ar, numa tentativa de reproduzir uma seqüência como a de vocês.

Sempre tive vontade de contar êste fato pùblicamente e, agora, tendo surgido esta oportunidade procurei o Coronel Adil e por êle fui autorizado a fazê-lo, inclusive me cedendo o modêlo de madeira.

Ceci est la dernière photo, avec le graphique associé, fait pour la FAB. Ces graphiques ne sont qu'une petite partie de l'étude réalisée pour les militaires. Fernando Cleto, à la télévision, desmacarou os que negam sem conhecimento da metéria criticada.
Ceci est la dernière photo, avec le graphique associé, fait pour la FAB. Ces    graphiques ne sont qu'une petite partie de l'étude réalisée pour les militaires. Fernando Cleto, à la télévision,    desmacarou os que negam sem conhecimento da metéria criticada.

En 1952, falava-se do desinterêsse da FAB pelo assunto ligado aos "Disques Volants", o que não era exato. Consegui do Coronel Adil uma pequena parte dos documentos que integram o "dossier" a que já me referi, organizado pela FAB, em 1952. Vou mostrar alguns, dêsses documentos para que os telespectadores se certifiquem do fato. Lembramos porém que êles representam o resultado de um estudo sério destinado ao arquivo da FAB.

Temos aqui um estudo em tôrno da fotografia n.° 3. O mesmo estudo foi feito para cada fotografia da seqüência. êste documento mostra estudos relativos a azimute, distância zenital, declinação e ângulo horário. Nas figuras 3 e 4 aparece a trajetória do Sol, posição de onde foram tiradas as fotos e a posição das árvores que aparecem na foto n° 3. êste outro documento foi feito para analisar a foto n° 1. Nêle vemos estudos de perspectiva onde se verifica a inclinação da linha de visada com o horizonte, bem como a inclinação do plano do "disco" e ainda a altitude que, no momento da fotografia, era de 490 m e a distância ao observador, que era de 1500 m.

Para melhor entendimento, vamos fazer no quadro-negro uma representação esquemática do que acabamos de dizer, assinalando as posições do observador e do objeto. As posições do objeto são obtidas em face do azimute que a FAB calculou para cada fotografia. E sucessivamente temos: na foto 2° objeto está a 2000 m de distância e 930 de altitude. Nas fotos 3, 4 e 5, respectivamente a 1200, 1100 e 3000 m de distância e 940, 720 e 580 de altitude. Todos êsses movimentos confirmam exatamente a descrição que dêles fêz João Marins, em 1952. E mostram também a impossibilidade de fraude, uma vez que não é exeqüível jogar um "disco de madeira" nas distâncias registradas.

Un autre éclaircissement doit être donné pour expliquer la photo n° 1. Elle a toujours représenté une entrave dans l'interprétation de la séquence. Dans celle-ci nous avons l'impression de voir une hélice dans la partie inférieure du "disque", enquanto nas demais não existe tal hélice. Pour la reconstitution em outro documento do estudo feito pela FAB, verifica-se perfeitamente que o "disco" da foto 1 é o mesmo do resto da seqüência. O que nos dá a falsa impressão de dois planos é apenas um efeito de luz e sombra.

Télespectateurs : les critiques faites ne 1952 à la Force Aérienne Brésilienne furent injustes. La FAB examina le sujet en profondeur.

Quant à l'authenticité des photographies d'Ed Keffel et João Martins, como viram, nous avons des raisons suffisantes pour faire une affirmation : elles sont vraies.